sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

levaram embora nosso tesouro!!! Socorro...

EDUCAÇÃO CIENTÍFICA,

PRA QUE VÓS QUERO NESTAS ILHAS

FILHAS DA POROROCA?

Não há dúvida de que tesos [sítios arqueológicos] da ilha do Marajó

Da mea avó

Foram aldeias nascidas do seio d'água: delas se formaram Cacicados...

Convém saber que a primeira sociedade organizada da Amazônia

Foi a nossa velha desconhecida Cultura Marajoara:

Mil e tantos anos nos contemplam pra além dos Contemplados!

Marajoaras de hoje devem decidir afinal

Se vale a pena remar contra maré e dar murro em ponta de faca

Conformar-se calado com o eterno saque do Patrimônio antigo

Dar por extinta e acabada a originalidade do homem marajoara

Entre chuvas e esquecimento

E pronto!

Ou muito pelo contrário...

Encarar o desafio da literatura antropoética da Criaturada grande

Do “índio sutil” de Jorge Amado da Bahia

Dalcídio Jurandir do Grão Pará: ruína da belle époque da Borracha

Que não passa borracha sobre servidão da Criaturada, por nada...

Aos baixos fundos das Ilhas, Baixo Amazonas e subúrbios de Belém

Seguir a trilha estúrdia das pegadas de Alfredo sem medo da lama

Na passagem dos inocentes, Ponte do Galo e o indecente chão dos Lobos

Ir e vir de bubuia na maré entre a Ilha grande e a Cidade idem

Vasto mundo dos Habitantes do fim do mundo

Ribanceira à margem da história...

Fazer casa na terceira margem do Rio e do Mar-Oceano, sumano.

Ver o peso do caroço de tucumã na palma da mão como bússola

A buscar escola boa numa primeira manhã

Depois do dilúvio nos campos de Cachoeira

Vestígios míticos da Primeira Noite do Mundo

No fundo do rio Arari

Metáfora do trabalho desumano debaixo de sol no Lavrado

Pra nada, esta gente!...

Haja, antão, a sustentar o museu do padre rebelde Giovanni Gallo

Farol em meio à noite escura

Navegação pré-histórica do Amazonas até às últimas consequências.

Não deixar enrolar a bandeira sebastianista do Povo Marajoara

Glorioso São Sebastião da Cachoeira, seu bordão bordado de mitos

D'além mar e da Terra em mal ao pôr do sol no Araquiçaua.

Ou morrer de vergonha.